Literatura 03.04.18 13:40
“[…] carpe diem, quam minimum credula postero”
Escrito em latim, carpe diem significa, em uma tradução livre, “aproveite o dia”. Esta expressão foi utilizada a primeira vez pelo poeta romano Horácio, ainda no século I a.C. O escritor fez uso destes termos ao escrever o primeiro livro de “Odes”, no qual ele aconselha Leucone, sua amiga dentro da obra literária, a aproveitar ao máximo o dia, não apenas no sentido literal da palavra, mas sim dela desfrutar a vida.
“[…] carpe diem, quam minimum credula postero” foi o conselho de Horácio para Leucone. Em uma rápida tradução, o autor orienta a colega a colher o dia e confiar o mínimo possível no amanhã. Apesar do termo ter sido utilizado há milhares de anos, a expressão tomou força e é muito utilizada nos dias atuais. Entre os estudiosos, acredita-se que o termo ficou conhecido em todo mundo devido as variadas formas a qual foi aplicado durante toda a história da humanidade.
No texto original de Horácio, tem-se a seguinte recomendação para Leucone:
“Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi
finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios
temptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati.
seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,
quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare
Tyrrhenum: sapias, vina liques et spatio brevi
spem longam reseces. dum loquimur, fugerit invida
aetas: carpe diem quam minimum credula postero.”
Neste sentido, o autor aconselha à amiga a não se preocupar com o destino e com o que os deuses reservam para eles. Além disso, o autor avisa o quanto a vida é breve e recomenda não se iludir com esperanças. Por fim, diz para Leucone enfrentar a vida, pois enquanto se fala, ela está passando. Portanto, “aproveite o dia, confia o mínimo possível no amanhã.”
O conselho de amigo é verdadeiro, o tempo passa muito rápido e se prender tentando prever o futuro é uma perda de tempo. Por isso, o hoje deve ser vivido intensamente, sem amarrações com o passado e sem preocupações com o futuro. Viver, sentir e se entregar ao agora é o carpe diem.
Por Katharyne Bezerra
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