Milhares manifestam-se em Roma contra a política económica 27.11.10 16:27
Milhares de estudantes também saíram à rua para se manifestarem |
Dezenasde milhares de italianos manifestaram-se hoje, sábado, em Roma, contraa política económica do governo de Silvio Berlusconi e ameaçaramconvocar mais uma greve geral se as suas reivindicações foremignoradas.
Convocados pela principal central sindical deItália, a Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL), váriosmilhares de manifestantes desfilaram por dois percursos distintos atése reunirem na praça de São João de Latrão.
Os números avançados são dos 'media', uma vez que centralsindical recusou entrar numa "guerra de números", limitando-se ainformar que foram mobilizados 2.100 autocarros e 13 comboiosespeciais, meios que poderiam transportar 110 mil a 120 mil pessoas.
Entreos manifestantes contavam-se milhares de estudantes, em protesto contrauma reforma do ensino universitário e, como os outros, de medidas deprotecção do emprego.
"Depois desta manifestação, o governodeve dar resposta ao que lhe pedimos e, sobretudo, começar a terpolíticas contra a crise, que até agora não teve", disse aosjornalistas a nova secretária-geral da CGIL, Susanna Camusso.
ACGIL, que a 25 de Junho passado convocou uma greve geral de 24 horas emprotesto contra o plano de austeridade do governo, pede a Berlusconi eàs instituições italianas que implementem uma nova agenda política como trabalho, o futuro dos jovens e a defesa dos direitos dostrabalhadores como temas prioritários.
Camusso exigiu aoprimeiro-ministro italiano que "deixe de fingir que é uma vítima domundo" e de "lançar alarme" à população e que demonstre que teminiciativas concretas contra a crise.
A taxa de desemprego emItália é de cerca de oito por cento, mas a percentagem de jovensdesempregados é superior à média europeia, situando-se em Setembro nos26 por cento na faixa etária dos 15-24 anos.
Os jovenscontestam também a proposta de lei da reforma do ensino universitário,que é votada terça-feira no parlamento, por contemplar grandes cortesno financiamento das universidades, que vão implicar nomeadamente a nãorenovação dos contratos com milhares de investigadores.